Ouro Preto é sem dúvida minha cidade preferida. Talvez seja porque eu sou historiadora, talvez porque eu amo pão de queijo, queijo, cachaça e aquele povo que fala com sotaque lindo, e que trata a gente muito bem. Se você não sabe de nada disso, aproveita o feriado e corre já pra descobrir, mas antes guenta aí até o fim do post, porque dessa vez eu descobri também onde beber por lá:
A cidade tem ótimas opções de restaurantes, bares, botecos e, é claro, cachaçarias! Mas como a gente gosta mesmo é de beber cerveja, que surpresa linda foi encontrar uma variedade enorme de artesanais mineiras! Backer, Três Lobos e Falke eu já esperava, mas encontramos também a Ouropretana, a Mr.Tugas e a Lisboa (além da Wäls de Belo Horizonte e de uma boa variedade de outras marcas do Brasil).
Café Cultural e Ouropretana
Ao entrarmos no Café Cultural de Ouro Preto, damos logo de cara com um stand cheio de cervejas artesanais. O lugar em si é um charme só e tem um cappuccino daqueles que te lembram colo, abraço e tudo de bom que há no mundo! Mas voltemos ao que importa: pra começar escolhemos a Ouropretana Pale Ale – porque gostamos muito de Pale Ale, de lúpulo e de novas descobertas :)
A Cervejaria Ouropretana surgiu em 2011, quando os sócios Leonardo Tropia e Eduardo Machado, apaixonados por cerveja artesanal, resolveram partir pra prática e começar a fazer a própria cerveja. A cervejaria fica no bairro de Cachoeira do Campo, em Ouro Preto, e você pode conhecer um pouco mais sobre ela aqui.
Infelizmente não conseguimos visitá-la (bem que tentamos!), mais um motivo pra voltar!
Habemus lúpulo: a Pale Ale Ouropretana tem tudo o que achamos que uma Pale Ale deve ter: aroma incrível (cítrico), amargor suave e equilibrado, cor linda (um âmbar quase avermelhado) e aquela leveza que nos permite não ficar apenas no primeiro copo (ou garrafa). Cerveja justa, cerveja linda! O amor foi tão grande que a bebemos diversas vezes durante a viagem, trouxemos pros amigos e pro Encontro de Fevereiro no Hussardos. Pena que não deu pra trazer mais :/
Fica aqui a recomendação e a torcida pra que a cervejaria cresça e que em breve possamos encontra-la aqui em terras paulistanas.
(rá – agora a Ouropretana tem loja online e entrega em todo o Brasil! Yupiii!)
Backer Capitão Senra
Ainda no Café Cultural tomamos a Capitão Senra da Cervejaria Backer. Conheci a Backer na minha segunda ida à Ouro Preto, em 2011, e me lembro de ter voltado pra SP com um kit dela na mala. Hoje a gente consegue encontrar a maioria dos rótulos em SP, mas a Capitão Senra eu nunca tinha visto por aqui.
Pois bem: a Capitão Senra é uma amber LAGER (e eu que adoro uma amber ale não pude deixar de experimentar)
Pro post não ficar uma bíblia (tarde demais!) vou colocar o link pra quem quiser ler o release dela aqui.
No primeiro gole, a Capitão Senra joga uma porrada de maltes caramelados (alemães), que logo são acompanhados por um amargor bem suave, bem equilibrado. A carbonatação é baixa, mas a espuma é daquelas que ficam, assim como a sensação de frescor. Uma surpresa e tanto pra gente, que acaba sempre tomando ales e se esquece que há vida no mundo das lagers. Capitão Senra é pra não esquecer mais ;)
Café Geraes/Escadabaixo
Uncle John: além das cervejas engarrafadas da Ouropretana, encontramos também ela em chope no Café Geraes/Escadabaixo (dois ambientes no mesmo local)nas versões clara (pilsen) e escura (pale ale). Tomamos o chope Pale Ale, que leva o nome de “Uncle John”. Apesar de bem semelhante à Pale Ale engarrafada, o chope Uncle John não tem aquele aroma cítrico da garrafa, é mais herbal e suave…Lembra mais uma ESB, e não deixa de ser incrível.
Detalhe: você irá ouvir algumas pessoas chamando a cerveja de “Elton John” – haha – bem que podia né? :P
Por fim, nossa última parada foi o Empório dos Meninos. Achamos o local por acaso, após uma visita à Mina do Chico Rei. O passeio da mina é ótimo, mas eu, claustrofóbica que sou, saí de lá correndo e pedindo um café uma cerveja pelo amor de deus. Eis que o Empório apareceu! O lugar é encantador: vinhos, cervejas artesanais e vários potinhos de conservas, molhos e geléias – e o atendimento excelente da Ana Paula, que inclusive indica cervejas pra quem estiver meio perdido \o/
Lisboa
Dos lugares nos quais passamos o Empório dos Meninos é o que tinha a maior variedade de cervejas artesanais “locais” e o melhor preço. Sem saber por onde começar, aceitamos o auxílio da Ana Paula que nos indicou a Pale Ale da Lisboa.
A Lisboa é uma “cervejaria caseira” de Belo Horizonte e a Pale Ale foi uma surpresa para nós. Acostumados com as APA’s (American Pale Ale’s) da vida, as notas de tuti-fruti e o malte caramelado (que prevalece sobre o lúpulo) nos deixaram bem confusos. Mesmo pra uma Pale Ale inglesa ou uma ESB a Lisboa sai um pouco da curva. Uma boa cerveja se ignorarmos nossa concepção de Pale Ale e uma ótima opção pra quem não se dá com o amargo.
Mr. Tugas
Direto de Juiz de Fora (MG),a Mr. Tugas é uma daquelas cervejarias que nascem do sucesso de restaurantes/bares que desejaram fabricar seu próprio chope. O sucesso parece que foi tanto que eles têm diversos estilos:
Brown Ale
Assim como o caso da Lisboa Pale Ale, a Brown Ale da Mr.Tugas passa longe das “consagradas” do mercado (Newcastle e Brooklyn, pra citar duas), por isso talvez ocorra novamente alguma surpresa. Extremamente leve, com pouco corpo e pouco sabor, faltou aquele torrado e a leve acidez características da ales marrons,no entanto como esperado: drinkabilitty beirando as raias do infinito!
Nos despedimos de Ouro Preto tomando a IPA da Mr. Tugas – e já digo pra maneirar porque não é fácil subir as ladeiras depois :P. Se era lúpulo o que a gente queria, foi lúpulo o que a gente encontrou! A Indian (reparem no trocadilho faceiro) é uma IPA redondíssima, amarga e refrescante, com uma espuma cremosa e coloração castanho alaranjada. Vale experimentar!
Ouro Preto, que sempre deixa saudades, agora deixa também retrogosto.
Deveria ter trazido mais Indian na bagagem, alguém aí traz pra mim? Alô? Alô?